Paralelos

sábado, 28 de novembro de 2009

Nelore: Circuito BOI VERDE avaliará genética
2008-04-16

De acordo com o gerente executivo da ACNB, André Locateli, a proposta é disponibilizar informações sobre mais uma característica de interesse econômico aos programas de melhoramento genético, como o Programa de melhora mento genético da Raça Nelore (PMGRN).

Com regulamento próprio, o "Circuito Boi verde genética" funcionará atrelado ao atual campeonato, porém sem o caráter competitivo entre os participantes.

"O objetivo é avaliar as carcaças dos animais filhos de touros conhecidos e acumular estas informações para que num futuro próximo possa-se avaliar a contribuição destes reprodutores para a produção de carne eficiente e com qualidade, de acordo com os padrões de mercado vigentes", explicou André.

Para o professor Raysildo Lôbo, presidente da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), "as informações de carcaças obtidas pelo Circuito, complementarão as DEPs (Diferenças Esperadas na Progênie) morfológicas e de carcaça, contribuindo para pesquisas tecnológicas que visam o desenvolvimento da pecuária por meio da identificação e seleção de linhagens de Nelore que atendam a indústria frigorífica e ao consumidor".


Fonte: Portal DBO

domingo, 25 de outubro de 2009


Programas de Melhoramento Genético e Sustentabilidade.

Gado elite para quem?


Roberto Carvalheiro
Zootecnista, sócio da empresa GenSys e
consultor em elhoramento genético de gado de corte.


Retirado de uma palestra realizada em Julho sobre pecuária e sustentabilidade



Diante da crescente percepção da importância da sustentabilidade na atividade pecuária, cabe aos diferentes elos da cadeia refletir e fomentar a discussão de como atuar de forma pró-ativa frente a este desafio.

Este artigo tem como objetivo apresentar alguns exemplos de como o melhoramento genético poderia atuar em prol de uma pecuária sustentável, assim como advertir sobre alguns pontos, relacionados ao melhoramento, que impactam de forma negativa no setor.

Há consenso de que uma pecuária sustentável é alicerçada em três principais "raízes" ou atributos, devendo ser: ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável. Como a preocupação por sustentabilidade está presente em diferentes setores, podemos inferir que a competitividade seja um quesito adicional chave para uma pecuária sustentável. Ou seja, é necessário ser competitiva frente a outras atividades que também sejam ecologicamente corretas, socialmente justas e economicamente viáveis.

A seguir, serão fornecidos alguns exemplos de como o melhoramento genético poderia atuar positivamente de forma "isolada" sobre os alicerces de uma pecuária sustentável.

1. Melhoramento em prol de uma Pecuária Ecologicamente Correta
O governo da Austrália anunciou em fevereiro deste ano um investimento de $26.8 milhões de dólares em pesquisa para a redução da emissão de gases na pecuária. O melhoramento genético foi incluído como uma das três principais linhas de pesquisa, contemplando subprojetos relacionados ao melhoramento genético das pastagens, da microbiota ruminal e à busca de bovinos geneticamente mais eficientes na conversão de alimentos.

Resultados de pesquisa em melhoramento visando uma pecuária ecologicamente correta ainda são incipientes na literatura, porém observa-se crescente preocupação e importância atribuída pela comunidade científica ao tema. Evidência disso pode ser constatada na programação do próximo Congresso Mundial de Genética Aplicada à Produção Animal (9th WCGALP), a ser realizado em 2010 na Alemanha. Uma seção plenária sobre "Melhoramento Animal, impacto ambiental e desenvolvimento econômico" e outra sobre tópicos especiais em "Melhoramento animal e desafios ambientais" foram incluídas na programação.

2. Melhoramento em prol de uma Pecuária Socialmente Justa

Outro exemplo do melhoramento atuando de forma "isolada" sobre os alicerces de uma pecuária sustentável foi extraído de uma apresentação de Fries - 1997, que hipotetizou uma comparação marginal entre dois sistemas de cria, com 10.000 vacas cada, um denominado como "Convencional" e o outro como "Diferenciado", este último com a implementação de um programa de melhoramento genético. Observou-se que os recursos necessários para a aquisição de touros do sistema "Convencional" (necessidade de reposição de 80 touros por ano), puderam ser redirecionados no sistema Diferenciado para uma melhoria no investimento em recursos humanos.

O sistema "Convencional" foi caracterizado por baixa utilização da terra, mão de obra, serviços e capital, e por imobilismo e dependência genética, com ganhos genéticos em produtividade nulos, enquanto que o sistema "Diferenciado" empregou 50% mais pessoas, remunerou melhor e exigiu/forneceu melhor qualificação desta mão de obra, além de consumir serviços terceirizados.

Na prática, observa-se que essa comparação não é tão hipotética, uma vez que existem exemplos de fazendas/empresas que ao implementarem um programa de melhoramento em determinada região/município, mudaram a questão social de forma significativamente positiva.

3. Melhoramento atuando de forma integrada em prol de uma Pecuária Sustentável

Talvez, a maior contribuição do melhoramento para uma pecuária sustentável seja a sua atuação de forma integrada nos diferentes alicerces, pela adequação genótipo-sistema de produção. Ou seja, dado um determinado sistema que seja ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável, qual o melhor genótipo para explorar de forma racional os recursos disponíveis?

É importante ter em mente que o sistema de produção determina o componente genético que pode ser utilizado, e que a recíproca desta frase também é verdadeira. Não adianta investir em recursos se não houver animais com potencial genético para "explorá-los" de forma eficiente.
(Na foto da esquerda - novilho com baixo potencial genético para produção a pasto; foto da direita - vacas e bezerros com alto potencial genético para produção eficiente a pasto).



Nessa perspectiva, o grande desafio dos programas de melhoramento em bovinos de corte passa a ser a definição de qual o melhor genótipo para a conversão mais eficiente (sustentável!) do sistema, ou dos recursos disponíveis, em um alimento saudável e de alta qualidade.

Antes, porém, de desenvolver algumas considerações sobre esse desafio (qual o melhor genótipo), alguns exemplos de como o melhoramento genético poderia impactar de forma negativa para a sustentabilidade do setor serão apresentados.

- Gado elite para quem?

A importância do efeito da interação genótipo-ambiente parece ser frequentemente negligenciada na produção de bovinos de corte. Os pesquisadores Frisch e Vercoe advertiram para o fato de que a seleção para maior taxa de crescimento em ambiente desafiador resulta em decréscimo da produção de calor e diminuição da exigência de mantença e, inversamente, a seleção para taxa de crescimento em ambiente favorável pode resultar em aumento do tamanho adulto e, consequentemente, aumento das exigências.

Ainda é comum o caso de rebanhos comerciais, de criação predominantemente a pasto, usarem sêmen (material genético) de animais "fabricados" em ambientes artificiais de abundância alimentar. Em casos extremos, o custo por mês com trato para fabricar um animal "elite" se equivale ao custo alimentar de toda a vida de um animal criado e recriado a pasto e engordado em semi-confinamento, abatido com idade em torno de 24 meses.

Animais selecionados em sistema de abundância energética/alimentar apresentam alto metabolismo e elevada capacidade de consumo (não necessariamente de forma eficiente!), produzindo, no geral, progênie com acabamento tardio, pouco adaptada e de baixa eficiência de produção em ambientes desafiadores como os sistemas predominantes de criação no Brasil.

Para produzir de forma sustentável, é importante que as condições ambientais dos rebanhos selecionadores sejam próximas daquelas nas quais os rebanhos comerciais estão inseridos.

- Seleção com ênfase no aumento de peso
Outro exemplo do melhoramento atuando de forma negativa na sustentabilidade é a seleção com grande ênfase no aumento (indeterminado) de peso. Animais com elevado peso adulto tendem a produzir progênie de biótipo tardio e apresentam, entre outros problemas, alto custo de mantença e baixos índices reprodutivos em criação a pasto.

Garrick & M. Enns e W. Vanderwert foram enfáticos ao afirmar que a seleção por peso, no rebanho norte-americano, ocasionou:

- incremento na taxa de crescimento e pesos em quase todas as idades;
- incremento no peso ao nascer e dificuldades de parto;
- incremento no peso maduro de vacas e nos custos de mantença;
- redução da performance reprodutiva.

Não é necessário se respaldar no exemplo norte-americano para inferir que a seleção "unidirecional" para peso também resulta em prejuízo nos sistemas de criação predominantes no Brasil. Inúmeros são os exemplos de touros geneticamente bem avaliados para peso, com avaliação medíocre para características relacionadas com a precocidade de acabamento e ao rendimento de carcaça.

- Cruzamento não substitui Seleção
Para não perder o foco de como o melhoramento poderia auxiliar a sustentabilidade, vamos mencionar apenas mais um exemplo de como o melhoramento poderia impactar de forma negativa. Está relacionado à "ilusão do F1" e/ou à "crença" de que cruzamento substitui seleção.

Cardoso e colaboradores evidenciaram que as perdas resultantes dos efeitos epistáticos (e de redução da heterose) em gerações avançadas de cruzamentos podem ser tão expressivas para determinados sistemas de produção quanto os ganhos iniciais obtidos com complementariedade e heterose.

Sistemas de produção que suportam a condução de cruzamentos devem utilizar bases genéticas que permitam a condução de forte pressão de seleção. Caso contrário, os benefícios do cruzamento podem ser anulados por um baixo progresso genético das gerações futuras.

Voltando a questão da adequação genótipo-ambiente, apresenta-se como passo primordial em sua busca (na implantação de um programa de melhoramento) uma correta definição dos objetivos de seleção. A seguir, são listados alguns exemplos de objetivos de seleção comuns a diferentes programas e sistemas de produção:

- pecuária de ciclo curto;
- animais com terminação precoce e bom rendimento de carcaça;
- animais (genótipos) que não aumentem custos e exigências nutricionais;
- melhor conversão dos recursos em carne de alta qualidade;
- maior lucratividade/ha, de forma sustentável.

Definidos os objetivos de seleção, o próximo passo seria o de aplicar critérios de seleção que promovam progresso genético na direção desejada. Com uma importante restrição: os custos na obtenção das informações individuais dos animais (seja na forma de medidas fenotípica e/ou de marcadores moleculares, por exemplo), as quais permitirão avaliá-los geneticamente, devem obviamente ser menores do que o benefício gerado por obtê-las. Existem medidas de alto custo e baixo benefício, assim como de baixo custo e alto benefício, em termos de permitirem progresso genético na direção desejada.

Critérios de seleção associados à eficiência produtiva das fêmeas (Retorno Maternal) são fundamentais para uma pecuária sustentável, que almeje os objetivos de seleção listados acima. Deseja-se progresso genético na direção de novilhas/vacas que sejam sexualmente precoces, longevas e que apresentem boa habilidade materna e baixo custo de mantença, sendo adaptadas às condições de manejo e ambientais as quais estão inseridas.

A eficiência produtiva das fêmeas tem grande impacto sobre a pressão de seleção que poderá ser exercida, a taxa de desfrute e a rentabilidade dos rebanhos.

A adoção de critérios de seleção relacionados à qualidade da carcaça também é importante para uma pecuária eficiente e sustentável.

As avaliações visuais de Conformação, Precocidade e Musculatura (CPM), que visam identificar animais com maior peso da carcaça, precocidade de acabamento e rendimento de carcaça, respectivamente, são medidas que apresentam excelente relação custo-benefício quanto ao progresso genético que permitem na direção de animais com biótipo precoce e com melhores carcaças.

Um dos gargalos da bovinocultura de corte é a falta de uniformidade de produção. Felizmente, já existem ferramentas de seleção que discriminam geneticamente os touros quanto à uniformidade de produção de sua progênie como, por exemplo, o DEPh. Estas ferramentas permitem que progresso genético permanente seja obtido na direção de uma maior uniformidade de produção.

Conforme advertido anteriormente, devemos evitar a seleção unidirecional para determinadas características (ex.: peso), pois essa prática tende a gerar animais em desequilíbrio com o sistema de produção.

É importante que se contemple em programas de melhoramento índices compostos por diferentes características associadas aos objetivos de seleção, premiando animais com biótipo equilibrado, isto é, que não vão gerar respostas correlacionadas indesejáveis por serem geneticamente superiores para certas características, mas inferiores para outras de igual importância.

Mesmo que a adoção de índices de seleção compostos por um número maior de características possa gerar menor taxa de progresso genético (o que nem sempre é verdadeiro se as características forem positivamente correlacionadas), acreditamos que é melhor uma menor "velocidade" na direção desejada do que uma maior "velocidade" numa direção que pode ocasionar desequilíbrios ou respostas correlacionadas indesejáveis.

Por fim, gostaríamos de apresentar alguns pontos levantados (Fries, 1997) que colocam o Brasil numa posição de destaque para a produção de carne de forma sustentável, sendo eles:

  • mão de obra abundante, motivada e com gosto pela atividade;
  • interação positiva clima-solo-genótipos vegetais e animais;
  • tecnologia nacional avançada e em contínuo desenvolvimento, sem a necessidade de importar pacotes tecnológicos que não condizem com a realidade dos país;
  • capacidade de produzir novilhos com bom acabamento exclusivamente a pasto, produzindo um alimento rico, saudável e barato;
  • um dos mais baixos custos de produção de carne bovina do mundo, sem qualquer forma de subsídio;
  • condições ímpares para a exploração de uma pecuária ecológica, capaz de garantir a conservação do ambiente para as próximas gerações";
  • entre outros.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Uma pausa : )


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Stud Book Brasileiro

Só para terminar o que escrevi sobre a Raça BH anteriormente, encontrei um artigo, que define corretamente a formação da raça...

Analisando os dados do Stud Book Brasileiro do Cavalo de Hipismo, correspondentes a julho de 1977 a setembro de 1998. O arquivo final continha 19.303 eqüinos, 11.508 da raça Brasileira de Hipismo (BH) e 7.795 de raças formadoras.

Vinte raças foram utilizadas na formação do BH, sendo as principais:

BH (22,5%), animais sem genealogia conhecida (21,9%), PSI (15,0%), Hanoverana (8,1%),
Westfalen (5,2%),
Holsteiner (4,8%), Trakehner (4,1%).

Registros foram feitos em 14 estados da Federação, 76% deles em São Paulo.
Número máximo de gerações encontrado foi de 3,12 (um animal), 59,7% dos animais na geração base e 24,1% na geração 1,5.
O intervalo médio de gerações foi de 9,9 anos, 10,4 para garanhões e 9,3 para éguas.
O Ne foi de 253 animais e os coeficientes de endogamia observado e esperado foram próximos de zero...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O patriotismo equino!

Puro Sangue Inglês
Puro Sangue Árabe...

e nós também temos o nosso!...Brasileiro de Hipismo - BH


Os cavalos de esporte da raça BH, com aptidão principalmente para as provas equitação, não diferente de todo o povo brasileiro, provém da miscigenação de muitas raças...


O cavalo de sela brasileiro, foi desenvolvido a partir do cruzamento das raças mais aptas aos esportes hípicos, principalmente o puro sangue inglês, o hanoveriano, o westfalen, o holsteiner e o trakehner, entre outros.

Em 1977, foi fundada Associação Brasileira de Criadores do Cavalo de Hipismo (ABCCH), com o objetivo de formar e promover a raça brasileira de hipismo. A associação é reconhecida pelo Ministério da Agricultura como a entidade responsável pelo serviço de Registro Genealógico (SRG), o studbook das raças utilizadas para a prática do hipismo no país.

Com o estabelecimento da associação, iniciaram-se os cruzamentos a partir de garanhões importados ou nacionais, como aptidão reconhecida para os esportes hípicos (especialmente o salto de obstáculos, mas também adestramento, cce e pólo) com éguas nacionais, com ou sem genealogia reconhecida, mas que apresentassem as características funcionais e morfológicas necessárias para esses esportes.

Para ser registrado como BH, o cavalo deve resultar do cruzamento entre animais de raças aprovadas pelo studbook brasileiro, além de passar por uma análise de conformação e desempenho.

A formação da raça brasileira de hipismo ainda se encontra em andamento, e o grande número de raças utilizado na formação do BH, por resultar num coeficiente de endogamia próximo a zero, possibilita a implantação de vários programas para o melhoramento genético da raça no país...

Mais? http://www.brasileirodehipismo.com.br